A dor, companhia "non grata"


A dor existe. Ela é real. Está aqui.
E dói muito. E dói tanto.
Que, às vezes, dá vontade de chorar.
Outras vezes, choro.
Choro mesmo sem querer.
Porque dói.
Martela. Fisga. Queima.
Importuna.
O ombro direito sente o peso.
O peso das tarefas, do trabalho, da responsabilidade.
Da ansiedade.
As pernas não se aquietam.
E batem.
E cansam.
E incomodam.
Assim como a dor.
Que sobe pelo pescoço.
E irrita.
Remédios não dão jeito.
E isso é desesperador.
Não existe fórmula  mágica.
Ela está aqui comigo e eu não a quero.
Não a desejo. E ela não vai embora.
Sinto vontade de eu mesma ir, então.
Mas, aí, seria muito desaforo!!!
Deixar meus livros, minhas músicas, meus filmes, meus pais, minha família, meu marido...
Não, não.
Se ela não vai, que fique.
Porém, eu que não vou deixar quem eu amo.
Então, senhora dor, pode tratar de se conformar, pois lhe garanto, entre você e eu, eles vão orar a Deus para ficar comigo.
Apenas comigo. Sem você.
Pois, um dia, se Deus permitir,  você vai se tornar tão insignificante, que nem vou me dar conta de sua presença.
E isso vai doer tanto em você, senhora dor, que irá embora por despeito.
E eu? Sentir sua falta?
Não me faça rir... Estou de joelhos dobrados esperando por esse dia!
O dia em que a dor será apenas resplendor...

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