O que eu trago no coração?

Passada mais uma festa de Carnaval, chegamos à Quarta-feira de Cinzas que representa um período de penitências e, consequemente, de conversão, ou seja, o início da Quaresma. Este período funciona como se fosse um chamamento especial de Deus a nós para analisarmos nossas vidas e nos convertermos. Trata-se de uma fase propensa a se mudar a direção de nossa vida. Esta mudança é simples? Não! Então, o que pode nos auxiliar neste processo de reflexão, penitência e conversão? O próprio Jesus nos esclarece, nos ilumina e mostra o caminho mais seguro e certeiro: a esmola, a oração e o jejum.
A esmola é uma excelente prática cristã, pois significa que sabemos, ao doar um pouco aos menos favorecidos financeiramente, solidarizarmo-nos com nossos irmãos que têm menos condições dignas de vidas do que nós. No entanto, podemos partilhar o que temos com os que precisam não apenas na forma de bens materiais. Existe tanta gente que necessita de esmolas em outras áreas além da financeira! Quantas pessoas mendigam por um sorriso, um abraço com afeto, um pouco de carinho, uma palavra de amor! Estejamos, então, atentos às necessidades de nosso próximo, tendo consciência que sua precisão pode ir muito além daquilo que o dinheiro pode comprar. E esta é, sem dúvida, a pior espécie de mendicância. No entanto, independente do tipo de esmola que você oferecer, evite anunciar isso a todos os seus para que você seja louvado pelos homens. Dê esmola com o seu coração e esteja certo: só assim sua ação será recompensada, pois só assim ela terá valor diante de Deus.
Orar é outra prática cristã extremamente necessária em nosso cotidiano, e não apenas em tempos de penitência. O próprio Jesus ensinou-nos a orar. E ele mesmo orava! Mas precisamos ficar alertas e sempre lembrar-nos que a oração deve ser feita a partir do que sentimos no coração e, sendo assim, deve ser sincera, doce e humilde. E ao orar, precisamos pedir pelos dons do Espírito Santo, sim, sem nos esquecer, entretanto, de clamar pelo bem daqueles que vivem conosco. Por isso, ore. Ore sempre e em silêncio, ore no silêncio de seu coração. Será por meio da oração teremos mais intimidade com Deus, o que nos possibilita mais abertura para a presença diária do Senhor nos detalhes de nossas vidas.
Jejuar é também uma excelente prática ensinada por Cristo, porque ao jejuarmos, significa que nos preocupamos com o outro, que somos capazes de nos colocar no lugar daqueles que têm menos alimento que nós e nos solidarizarmos a eles, evitando a nós mesmos de comer ou beber o que eles não têm. Mas, muito além disso, ao jejuar refreamos ainda nosso instinto, nossos desejos, nosso vícios. Ao jejuar, somos capazes de agir menos como humanos, apesar do enorme esforço humano que o jejum, muitas vezes, exige. Ao jejuar, esforçando-nos humanamente para isso, permitimos que Deus tenha canal aberto em nosso coração, tendo em vista que conseguimos deixá-lo se aproximar de nós ao nos controlar humanamente e clamar por sua força. Ao jejuar, preparamo-nos para receber as bênçãos de Deus para nossa vida. Ao conseguirmos refrear nossos desejos humanos, somos mais obedientes a Deus, pois disciplinamo-nos.
Por isso, neste período de reflexão, penitências, práticas cristãs que nos levará a conversão, solicitemos a Deus que Ele mesmo purifique nossa vida, nossa mente, nosso coração. Que Ele lave todo o pecado com a Água Viva do Espírito Santo. Que Deus crie em mim e em você um coração imaculado, puro, repleto de amor e decidido a receber diariamente o Santo Espírito. Que nada seja em vão. Que nenhuma espera, que nenhuma angústia, que nenhum medo, que nenhuma reação humana fique sem resposta.
Que Jesus nos auxilie a ser menos egoístas, mais crentes e mais dóceis à ação do Pai. Sendo assim pergunte-se diariamente: o que tenho no coração agrada a Deus? Se a resposta for não, ainda há tempo de fazer um carinho ao nosso Pai.

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