O Pentecostes
Tendo-se completado o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso, que encheu toda a casa onde se encontravam. Apareceram-lhes, então, línguas como de fogo, que se repartiam e que pousavam sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia se exprimirem. At. 2, 1-4.
Lendo o grande momento do Pentecostes logo nos perguntamos: “Como podemos manter sempre viva a experiência que vivemos no batismo do Espírito?” Esta pergunta são os próprios versículos dos Atos dos Apóstolos que nos esclarecem:
O primeiro aspecto está no 1º versículo: “Estavam unidos, rezando”. Para manter a presença do Espírito em nossa vida, precisamos estar sempre em oração. Muitas vezes pensamos que estar em oração significa participar da Santa Missa, se confessar, ir a um grupo de oração e isso já é o suficiente. Mas logo percebemos que fazendo só isso, a nossa vida, com o passar do tempo se enfraquece.
Viver no Espírito não é somente manter práticas de piedade, mas devemos ser oração. Toda a nossa vida deve ser uma vida de oração: ao acordar pela manhã, ao ir trabalhar, ao guiar o carro, ao preparar o almoço, tudo deve ser vivido com a presença de Jesus ao lado. Ninguém pode deixar de se perguntar: “Como viveria Jesus este momento?”. Porque nossa vida deve se manter, a todo instante, aberta à voz do Espírito, por isso não devemos pecar, para não sair da oração.
O segundo aspecto se encontra no 2º versículo, na palavra “de repente”, pois o Espírito não manda recado de como e quando quer agir. Ele pode chegar de improviso, sem avisar, quando você menos esperar. Quem reza por outras pessoas costuma fazer muitas experiências desse aspecto do Espírito. De improviso Ele revela uma particularidade da vida passada de quem reza ou de quem recebe a oração. Basta abrir o coração.
Quantas almas já não foram tocadas por um impulso de improviso do Espírito e que veio a transformar a vida delas? Eu mesmo experimentei isso quando me perguntava qual escolha deveria fazer para minha vida. Foi uma experiência única e indescritível que mudou meu caminho através da Palavra de Deus. Escutando a Palavra, ficou claro para mim, que nada valia se não me desse inteiramente para Jesus. O Espírito chega de improviso, de repente, por isso precisamos sempre nos manter em oração para não perdermos a chama do momento.
O terceiro aspecto se resume em compreender que o Espírito sempre se manifesta com sinais claros e significativos. O ruído, o vendaval e os trovões do dia de Pentecostes, são para nos explicar que o Espírito sempre dá sinais evidentes de sua presença. Se eles não acontecem, isso significa que a nossa pessoa não está pronta e preparada para recebê-Lo, ou está vivendo no pecado.
Não acreditem naqueles filósofos ou teólogos que afirmam que o Espírito hoje não se manifesta mais com sinais e prodígios, que é tudo falso, pois a Palavra nos fala claramente que Deus quer nos mostrar seu amor com sinais que nos deixam impressionados e atônitos. Então, devemos sempre procurar entender onde e como o Espírito naquela situação, qualquer que seja, tenta nos dizer que esteve presente.
O quarto aspecto se encontra no 4º versículo, onde a Palavra nos diz que "começaram a falar em outras línguas". Para manter viva a presença do Espírito Santo em nós, é necessário que vivamos os carismas. Estar aberto aos carismas é uma prioridade do Espírito. Não podemos cessar de pedir os dons carismáticos para a glória de Deus. O nosso Movimento existirá e permanecerá forte enquanto exercitar os carismas, todos os carismas, até chegar a viver plenamente a caridade, como escreve São Paulo na carta aos Coríntios.
O Espírito espera que nos abramos à vivência dos carismas para que Se manifeste no meio de nós e no meio dos pobres espirituais e materiais. Ao exercitarmos os carismas, o Espírito alimenta nossa vida e se torna sempre mais forte e presente em nós e em nosso meio. Se nosso Movimento não viver os carismas, isso significaria a perda do Espírito Santo em nosso meio.
Enfim, o último aspecto. "Os apóstolos saíram para anunciar a Palavra de Deus com o fogo do Espírito". Devemos servir os filhos de Jesus anunciando a Palavra e servindo os mais pobres, porque a vida do Espírito é servir, até morrer sem medida. Temos uma só vida aqui na Terra, e o Espírito nos pede de dedicá-la totalmente a Ele, para a propagação da Palavra. Devemos estar sempre disponíveis e não se cansar de procurar maneiras novas e originais para anunciar as belezas e maravilhas do Senhor Jesus Cristo. Vivendo assim, estaremos sempre no perene Pentecostes.
Coragem, a nossa vida é ser um Pentecostes!
Pe. Antonello Cadeddu
(Enviado por e-mail por: Elaine Lourenço)
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